AMIGREAL DISCUTE COM A SECRETARIA ESTADUAL DE EDUCAÇÃO MELHORIA NA EDUCAÇÃO PARA FAMÍLIAS ASSOCIADAS






No dia 13 de maio de 2010 ,representantes da AMIGREAL se reuniu com a secretario de educação Alagoas Rogério Teófilo, com a finalidade de discutir,a e Educação contextualizada como um direito e dever do Estado para as famílias que estão organizadas nos grupos de base da Amigreal,estiveram presentes nesta reunião,representantes da coordenação Estadual ,Adriano Ferreira,Viviane Alves e professora e pedagoga Helenice Lopes,do coletivo da Educação da amigreal e senhora Quitéria, A audiência teve inicio com apresentação da amigreal.A parti da apresentaçãoo secretario ressaltou da importância da amigreal para sociedade Alagoana.O secretario convocou o Prof. Raildo,coordenador da Gerência de Educação no Campo (GEDUC) e representantes do proeja e de gerencia de educação indígena e quilombola.Em seguida foi lida a pauta de reivindicação dentro os pontos centrais foram discutidos: sobre a efetivação das turmas do Programa Brasil alfabetizado 2010 do governo do estado e AMIGREAL e também foram discutido sobre o atrasado do pagamento dos educadores do EJA 2009 e também a efetivação do programa federal Pro jovem saberes da terra uma parceria da secretaria de educação com amigreal o Trata–se de um programa de escolarização de jovens agricultores familiares em nível fundamental na modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA), integrado à qualificação social e profissional em técnico agrícola. Temendo com ponto prioritário foi discutido a implantação da escola de base um projeto piloto da amigreal que tem como proposta trabalha um educação contextualizada oferecendo os filhos do sócio da amigreal uma escola que voltada para realidade das comunidades com metodologia de Freriana e em baseada na método da escola itinerante e respeitado os princípios da LDB e leis vigente ,com implantação da proposta a escola estará mais perto de suas comunidades e aluno estará mas perto de sua família ,com isso impediria que muitas crianças e adolescentes se deslocarem das suas comunidades arriscando suas vidas em transportes que não tem o mínimo de segurança.


A pauta de reivindicação da AMIGREAL é prioridade minha e do Governo de Alagoas Teotônio vilela

Após lida a pauta de reivindicação o secretario estadual de educação.Rogério Teófilo solicitou da Gerência de Educação no Campo,para que possa encaminhar as demandas. Prof.Rubens gerente do Proeja disse que iria fazer uma triagem dos Educadores que estão atrasadas, para liberar o pagamento .Que em breve estaria saindo no diário oficial os nomes dos educadores do ano 2010 e que escola de base estaria se reunindo com a gerencia de apoio pedagógico ,o que fosse possível e estivesse ao alcance da Secretaria seria garantido a AMIGREAl .

Participantes do III Congresso Nacional da CPT aprovam Carta Final

Os cerca de 900 participantes do III Congresso Nacional da CPT aprovaram a proposta de Carta Final do Congresso, onde se encontram propostas de ações e compromissos que a CPT irá assumir ou reafirmar, a partir das discussões feitas durante o evento.

O documento reafirma a importância da preservação dos biomas e a real possibilidade de se conviver em harmonia com eles. Da mesma forma, reafirma, também, a necessidade de permanecer na luta para garantir a permanência nos territórios tradicionais, vivendo em fraternidade com a mãe terra. As experiências apresentadas nas quatro tendas temáticas dos biomas (amazônico, caatinga, cerrado e pantanal, mata atlântica e pampa) mostraram claramente essa possibilidade.

Essas boas novas de convivência harmônica contrastam, ainda, com o clamor do povo diante do poder estarrecedor dos grandes projetos em nome do "desenvolvimento".

Os participantes do Congresso da CPT aproveitaram a oportunidade para denunciar a justiça unilateral que se mantém em nosso Estado. Enquanto permanece conivente, deixando impunes tantos crimes no país contra os pequenos, trabalhadores e trabalhadoras rurais e contra as comunidades tradicionais, a justiça age de forma eficaz no momento de punir, prender e até torturar e humilhar os pobres e os povos do campo. No dia da realização da Celebração dos Mártires, durante o Congresso, na última quarta-feira, os delegados e delegadas presentes em Montes Claros (MG), receberam estarrecidos a informação de que "Taradão", acusado de ser o mandante do assassinato de irmã Dorothy, foi solto após ser condenado a 30 anos de prisão e permanecer preso apenas 18 dias. (ver Nota no site - www.cptnacional.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=233:participantes-do-iii-congresso-nacional-da-cpt-divulgam-nota-publica-sobre-a-soltura-do-taradao&catid=32:iii-congresso-nacional&Itemid=82).
Foi colocado, também, no documento, o processo de criminalização que se instaurou contra movimentos sociais, através dos meios de comunicação, do Judiciário e do Congresso. Assim, a CPT assume, ainda, a luta pela terra e pelos territórios, o enfrentamento ao modelo predador dos grandes projetos, a formação para uma espiritualidade, além da contribuição na articulação e fortalecimento das organizações populares.

Leia a Nota na íntegra:

CARTA FINAL

III CONGRESSO NACIONAL DA CPT
No clamor dos povos da terra, a memória e a resistência em defesa da vida

Neste momento em que a humanidade toda toma consciência do grito da mãe terra, nossa casa comum, a Comissão Pastoral da Terra reuniu-se em seu III Congresso Nacional, em Montes Claros , MG, de 17 a 21 de Maio de 2010, com o tema: “Biomas, Territórios e Diversidade Camponesa”. Trabalhadores e trabalhadoras, a maioria deste Congresso (376), de diversas categorias – indígenas, quilombolas, ribeirinhos, posseiros, assentados, acampados entre outros – tornaram palpável a diversidade camponesa deste Brasil e sua resistência diante do processo de destruição em curso. Ao todo 760 pessoas - 440 homens e 320 mulheres - fizeram ecoar no semiárido mineiro os clamores do povo da terra. 272 agentes da CPT – entre eles quatro bispos e 51 entre padres, religiosos e religiosas e seminaristas – e 112 convidados de movimentos populares e pastorais, parceiros, puderam sentir a vida que pulsa, nas comunidades camponesas, cheia de esperança, em meio a dificuldades e frustrações.
A Arquidiocese de Montes Claros, que neste ano completa seu centenário, e o Colégio São José, dos Irmãos Maristas, nos acolheram de braços abertos. O calor humano de Montes Claros contrasta com a frieza de intermináveis plantações de eucalipto e de pastagens que substituíram a rica biodiversidade do Cerrado pela monotonia do monocultivo predador na paisagem que circunda a cidade.
“Vamos lutar porque esse é o nosso lugar” (cacique Odair Borari, de Santarém – PA)
Tivemos a alegria de ouvir e conhecer muitas experiências de resistência e de luta de camponeses e camponesas de todo Brasil. Na defesa de seus territórios e de suas culturas, mostraram que é possível e necessário conviver com os diversos biomas sem destruí-los e alimentar uma relação de respeito e de fraternidade com a mãe terra e com todos os seres vivos.
Estas experiências nos fazem ver, também, a criatividade com que os camponeses e camponesas sabem responder aos desafios gerados pela crise ecológica e por um modelo de desenvolvimento que destrói os biomas de nosso País, de forma cada vez mais violenta e acelerada, concentrando terras e riquezas para poucos e matando muitas formas de vida.

“Matam até o querer” (Sabrina, 19 anos, de Montes Claros – MG)
Estas experiências, cheias de vida e de esperança, se misturam com o clamor diante do poder estarrecedor dos grandes projetos que, em nome de um equivocado crescimento, assassinam lideranças, expulsam povos tradicionais de seus territórios e degradam o meio ambiente com suas hidrelétricas, mineradoras, ferrovias, transposição de águas, irrigação intensiva, monocultivos, desmatamentos. São projetos impostos com arrogância, de cima para baixo, ludibriando a legislação agrária e ambiental. Revestem-se de um legalismo hipócrita com controle e direcionamento de audiências públicas.
“As leis nós temos que respeitar, mas as leis têm que respeitar nós” (Joaninha, 58 anos, MG)
Ouvimos a denúncia veemente de um Estado que, com uma mão dá a sua ajuda para mitigar a fome e a miséria imediatas, ou até para libertar modernos escravos, e que com a outra estimula, promove e financia este modelo perverso de crescimento que prejudica a sustentabilidade da sociedade e da própria vida.
São inúmeros os casos em que o poder judiciário se torna o braço jurídico que executa e legaliza a espoliação, despejando todo ano milhares de famílias e garantindo a impunidade de assassinos, de grileiros e de empresas que não respeitam as leis.
Ficamos indignados com a soltura, nestes mesmos dias em que realizamos nosso Congresso, de quem mandou matar Irmã Dorothy.
Veementes, também, foram as denúncias contra um legislativo inoperante e submetido aos interesses da bancada ruralista que quer mudar o código florestal para favorecer a expansão dos monocultivos, e que engaveta a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que propõe o confisco de áreas com trabalho escravo, e a PEC que reconhece o Cerrado e a Caatinga como patrimônio nacional.
Também, com indignação, foram denunciadas as tentativas de criminalização dos movimentos do campo pelo judiciário, pelo Congresso e pelos grandes meios de comunicação. Enquanto isso o agronegócio que depreda e polui a natureza, expropria comunidades tradicionais e submete trabalhadores à escravidão, é apresentado como alavancador do progresso.
“Resistir para existir” (Zacarias,do Fundo de Pasto da Areia Grande, BA)
Ficamos entusiasmados em ouvir o testemunho corajoso da valentia de muitos companheiros e companheiras que continuam apostando na luta e na mudança. Alguns deles, ameaçados de morte, não temem continuar lutando por justiça e vida plena.
Maravilhou-nos o número de jovens presentes e a qualidade de sua participação. Eles e elas nos testemunham, com clareza, que as novas gerações acreditam que é possível vencer o individualismo mercantilista e consumista.
“Vocês precisam nos ajudar” (Augusto Justiniano de Souza, sindicalista, 55 anos, GO)
Nosso coração ficou apertado ao ouvir o grito de solidão, desamparo e abandono a que estão submetidos camponeses e camponesas em nosso País. Eles cobraram o apoio dos sindicatos, dos partidos e dos movimentos sociais que, outrora, os representavam e acompanhavam. Eles cobraram, também, o apoio firme da CNBB e sua palavra profética diante da gravidade da situação do campo.
Esta realidade e o clamor das camponesas e camponeses e dos povos tradicionais são um chamado para o discipulado e a missão da CPT, no seguimento de Jesus de Nazaré, na fidelidade aos Deus dos pobres e aos pobres da terra.
Pela força desta missão, a CPT assume:
- a luta pela terra e pelos territórios, combatendo o latifúndio e o agronegócio e incorporando, na luta pela Reforma Agrária, as exigências atuais de convivência com os diversos biomas e as diversas culturas dos povos que ali vivem e resistem, buscando formar comunidades sustentáveis. Como sinal concreto, compromete-se com a realização do Plebiscito Popular para se colocar um limite à propriedade da terra a ser realizado em setembro, junto com o Grito dos Excluídos, durante a semana da Pátria.
- o enfrentamento ao modelo predador do ambiente e escravizador da vida de pessoas e comunidades. Modelo assentado em monocultivos para exportação, amparado por mega-projetos impostos a toque de caixa. Emblemáticas desta resistência são as lutas contra a transposição do Rio São Francisco, contra as hidrelétricas a exemplo da de Belo Monte e de outras, propostas para a Amazônia, e o combate incansável da CPT contra o trabalho escravo.

- a formação para uma espiritualidade, centrada no seguimento radical de Jesus que nos dê força para não servir a dois senhores e que testemunhe os valores do Reino.

- a necessidade de contribuir com a articulação e o fortalecimento das organizações populares, do campo e da cidade, para que sejam protagonistas da construção de um novo projeto político para o Brasil que queremos, em união com os outros países da América Latina e Caribe avançando em direção a uma globalização justa e fraterna.

Ao concluir este III Congresso Nacional, a CPT renova seu compromisso profético-pastoral junto aos pobres da terra até que “o reinado sobre o mundo pertença ao nosso Senhor e ao seu Cristo e ele reinará para sempre e chegue o tempo em que serão destruídos os que destroem a terra” (Apoc. 11,15.18).

Montes Claros, 21 de maio de 2010.

Os participantes do III Congresso Nacional da CPT
Maiores informações: Cristiane Passos (Assessoria de Comunicação da CPT - (38) 9180-4585

Nota Pública dos Participantes do III Congresso Nacional da CPT sobre a soltura do Taradão

Reunidos em Montes Claros, em Minas Gerais, para o III Congresso Nacional da CPT, cerca de 900 delegados e delegadas de todo o país, receberam com profunda tristeza e indignação a notícia de que Taradão, um dos acusados de ser o mandante do assassinato da irmã Dorothy Stang, foi solto após 18 dias depois de ter sido condenado a 30 anos de prisão por esse crime. Essa notícia veio justamente no dia em que o Congresso irá celebrar a memória dos mártires da terra. Confira a Nota na íntegra:

Judiciário: mais uma vergonha!

A Comissão Pastoral da Terra (CPT), reunida em seu III Congresso Nacional, em Montes Claros, Minas Gerais, com a participação de mais de 800 congressistas, no dia em que está celebrando os mártires da terra com uma grande caminhada pelas ruas desta acolhedora cidade mineira, recebe perplexa a notícia de que o senhor Regivaldo Pereira Galvão, foi colocado em liberdade. Diante disto manifesta sua mais profunda indignação por este ato da “justiça” paraense.

Regivaldo foi condenado no dia 1 de maio de 2010, a 30 anos de prisão, por ter sido um dos mandantes do assassinato de Irmã Dorothy Stang, ocorrido no dia 12 de agosto de 2005. Na ocasião de sua condenação lhe foi negado o direito de apelar em liberdade. Por incrível que pareça, 18 dias depois de sua condenação, uma liminar da desembargadora Maria de Nazaré Silva Gouveia dos Santos, do Tribunal de Justiça do Estado do Pará, lhe concede habeas corpus pondo-o em liberdade.

Regivaldo foi o último dos envolvidos condenado no caso do assassinato de Irmã Dorothy, cinco anos depois de sua morte. Usou de todos os instrumentos legais que foram protelando indefinidamente seu julgamento. Com sua condenação, pensávamos que a justiça tinha sido realizada, mas agora o criminoso volta à liberdade.

Mais uma vez se configura o que muitas vezes tem sido repetido pela CPT e por praticamente todas as instituições de Direitos Humanos: a cadeia foi feita exclusivamente para os pobres. Os que têm recursos financeiros sempre conseguem os “benefícios da lei” enquanto os pobres, presos sem terem qualquer acusação formal, permanecem anos e anos encarcerados sem terem acesso a qualquer julgamento! A impunidade continua alimentando a violência.

No dia 29 de abril passado, a CPT entregou ao Ministro da Justiça a relação de 1.546 trabalhadores e seus aliados assassinados em 1.162 ocorrências de conflitos no campo nos últimos 25 anos, de 1985 a 2009. Destas ocorrências, apenas 88 foram a julgamento, tendo sido condenados somente 69 executores e 20 mandantes. Dos mandantes condenados somente um encontrava-se preso, Vitalmiro Bastos de Moura, um dos responsáveis pelo assassinato de Irmã Dorothy. Regivaldo era o segundo que se encontrava preso até o dia de ontem.

Esta é a justiça que comanda este país! Se um caso que teve tamanha repercussão nacional e internacional é tratado desta forma, não é de espantar que a maior parte dos casos não mereça qualquer atenção.

Já dizia o profeta Isaias: “o juízo está longe de nós, e a justiça não nos alcança; esperamos pela luz, e eis que só há trevas; pelo resplendor, mas andamos em escuridão” (Isaias 59,9).

Os participantes do III Congresso do Nacional da CPT


Cristiane Passos
Assessoria de Comunicação
Comissão Pastoral da Terra
Secretaria Nacional - Goiânia, Goiás.
Fone: 62 4008-6406/6412/6400
www.cptnacional.org.br

Diversidade ecumênico-cultural marcou ato de abertura do III Congresso da CPT

Teve início no dia 17 de maio, o III Congresso Nacional da Comissão Pastoral da Terra (CPT), na cidade de Montes Claros (MG). Com o tema “Biomas, Territórios e Diversidade Camponesa”, o evento reúne até o dia 21, cerca de 900 pessoas de todas as partes do país.

Uma mistura de cores, ritmos, crenças, sotaques e culturas se encontraram na celebração de abertura do III Congresso Nacional da Comissão Pastoral da Terra, na noite da última segunda-feira (17/05), no Colégio São José, Marista, em Montes Claros (MG). O momento de acolhida celebrou as lutas, a preservação dos territórios e relembrou os Congressos da CPT, que buscaram, ao longo de sua história, defender a cultura camponesa. Sob o lema “No clamor dos povos da terra, a memória e a resistência em defesa da vida”, é chegado o momento de refletir sobre os novos desafios apontados por camponeses e camponesas para as ações e presença da CPT nos próximos anos.
Questão ambiental no centro do debate da conjuntura político-econômica
Os participantes do III Congresso Nacional da CPT passaram a manhã de ontem, dia 18, dedicados à análise da conjuntura sociopolítica e econômica brasileira, e à reflexão sobre os desafios para os camponeses e movimentos sociais do país. Contribuiu com a análise, o pesquisador César Sanson, do Centro de Pesquisa e Apoio aos Trabalhadores, CEPAT. O pesquisador destacou que ”os problemas ambientais enfrentados hoje pela humanidade são uma das mais graves consequências do modelo econômico hegemônico e expressam as contradições e a inviabilidade da continuação do modelo de produção existente hoje no Brasil e no mundo”. Os trabalhadores e os movimentos sociais são hoje os principais protagonistas na construção de um projeto popular que se contraponha ao atual modelo de produção, destacou o pesquisador. Em depoimento durante a plenária, o quilombola Manoel Santana, da comunidade Charco, localizada no município de São Vicente Ferrer (MA) mostrou o exemplo de luta e resistência das comunidades tradicionais contra o atual modelo de produção. As 92 famílias da comunidade já garantiram o direito à terra, mas continuam tendo que resistir à pressão do agronegócio.
Capitalismo desrespeita a natureza e o direito à vida
No início da tarde desta terça-feira, os participantes puderam refletir sobre a Conjuntura Ecológica, com a assessoria de Carlos Walter Porto-Gonçalves, professor da Universidade Federal Fluminense (UFF). Sua fala reafirmou o que Cesar Sanson falara pela manhã. Destacou que o capitalismo é essencialmente antiecológico. Para isso, primeiro expulsou os deuses presentes na natureza na concepção das comunidades originárias, depois separou o homem da natureza e, como consequência, se deu a expulsão dos camponeses da terra, transformando-os em força de trabalho. O capitalismo se fortaleceu com a dominação da natureza, vista unicamente como mercadoria, e com a afirmação de que os recursos naturais são ilimitados. Esta visão, neste momento, está em crise diante das mudanças climáticas e do aquecimento global. O professor afirmou, ainda, que nos últimos 40 anos, a humanidade enfrentou o período mais devastador e ameaçador contra a biodiversidade e, ao mesmo tempo, foi o período em que mais se falou em defesa do meio ambiente. “O problema do aquecimento global não é uma falha do Capitalismo, é pior, é fruto do seu êxito! E se a gente quiser salvar a vida do planeta, tem que combater o capitalismo que quer se aproveitar da crise ambiental para aumentar seus lucros”, destacou.
Importância dos movimentos rurais
Para Carlos Walter, o movimento ambientalista não incorporou à defesa do meio ambiente a luta contra o avanço do capitalismo, que é essencialmente anti-ecológico. As contribuições mais expressivas neste embate vêm dos quilombolas, indígenas, ribeirinhos e a ação da CPT junto a esses povos é de suma importância. “Está faltando uma auto-organização dos movimentos, investir em encontros dos assentados e fortalecer ainda mais a luta’”, afirmou o pesquisador
fonte: http://www.cptnacional.org.br/

III Congresso da CPT e iniciado em Monte Claros


Uma mistura de cores, ritmos, crenças, sotaques e culturas se encontraram na celebração de abertura do III Congresso Nacional da Comissão Pastoral da Terra, na noite desta segunda-feira (17.05), no campo do Colégio São José Marista em Montes Claros (MG). Cerca de 900 participantes, entre trabalhadores, trabalhadoras, religiosos, pesquisadores, agentes pastorais e convidados vindos de todo o país, prestigiaram a noite de acolhida.



A mística inicial celebrou as lutas, a preservação dos territórios e relembrou os Congressos da CPT, que buscaram, ao longo de sua história, defender a cultura camponesa. Com o tema “Biomas, Territórios e Diversidade Camponesa”, e sob o lema “No clamor dos povos da terra, a memória e resistência em defesa da vida”, é chegado o momento de refletir sobre os novos desafios apontados por camponeses e camponesas para as ações e presença da CPT nos próximos anos.
Os trabalhadores rurais de Minas Gerais foram os primeiros a saudar os visitantes, destacando a importância do Congresso. A agricultora Laureci Ferreira Silva do assentamento 2 de junho (Olhos D’água) destacou a presença expressiva das mulheres e dos jovens que vão dar mais força aos trabalhos. Já Cristovino do assentamento Americano (Grão Mogol), fez questão de alertar sobre a preservação do meio ambiente. “A nossa vitória vai ser igual à nossa luta. Temos que lutar cada vez mais e preservar o restinho dos biomas que ainda existe, usar com consciência para que os nosso filhos também tenham direito. A natureza não precisa de nós, é a gente que precisa dela!”, exaltou.
A noite foi marcada por muita mística, orações e as bênçãos dos bispos. Dom José Alberto Moura, bispo da Diocese de Montes Claros, destacou a alegria de receber pessoas de várias regiões, no momento em que a Arquidiocese está celebrando 100 anos de atuação. “Para nós é uma benção de Deus receber todos vocês desse mundo afora, do campo e da cidade, neste Congresso que nos faz valorizar mais os biomas. Deus fez a nossa terra para produzir vidas, e isso não pode ser apenas de alguns, precisamos defender a vida e lutarmos por políticas públicas para que todos tenham direito à terra”, afirmou.
O Presidente Nacional da CPT, Dom Ladislau Biernaski oficializou a abertura das atividades. “Nosso Congresso quer ser de fato um espaço de comunhão, para refletir sobre propostas que defendam nossos biomas, sobretudo, daqueles que utilizam a terra para explorar e concentrar.” Dom Ladislau destacou que “precisamos preservar e lutar por nossos territórios, os nossos irmãos indígenas e quilombolas também estão sendo ameaçados e não têm o direito à terra. Enquanto isso, muitos querem destruir a diversidade, investindo na produção de alimentos transgênicos e nas transnacionais”, ressaltou.Na solenidade, também estiveram presentes o Pastor Carlos da Igreja Luterana, e Aparecida, da Coordenação de Pastoral de Montes Claros. Para animar ainda mais os cânticos, participaram músicos da região que tocaram violão, sanfona e os tambores com percussionistas do Negum e do Salão de Dança Luciano de Jesus. A cerimônia foi encerrada com partilha de alimentos típicos de Minas Gerais, como o pão de queijo e o bolo de fubá, e em seguida, a ciranda da irmandade do povo de Deus.
Nas delagaçoes vinda dos diversosos estado destacamos a participação da delegação de Alagoas que foi organizada pela Comissão Pastoral da terra de Alagoas e convite da mesma membro da direção Estadual da Amigreal esta fazendo parte da caravana estarão participando do III Congresso Nacional da CPT.