JORNADA DE LUTA DA AMIGREAL

“Na semana do agricultor, nossa luta é por políticas públicas e pelo direito de viver com dignidade no campo e não ser enganado”.

Neste dia 19 de julho, na semana do agricultor. Nós agricultores e agricultoras do sertão, agreste e zona da mata, organizados na Associação dos moradores das microrregiões de Alagoas (AMIGREAL); viemos às ruas da capital do agreste para cobrar das autoridades o acesso a políticas públicas, pelo direito de viver com dignidade no campo por isso lutamos por:
1- EDUCAÇÃO DO CAMPO
a) Educação Contextualizada e o fim da polarização das escolas nas comunidades rurais
b) Implantação das Escolas de base da Amigreal nas comunidades
c) Efetivação das turmas do programa de alfabetização de jovens e adultos.
d) PRÓ JOVEM RURAL, - denunciamos o descaso do governo de Alagoas com a educação do campo e por isso estamos exigindo o inícios das turmas do pró jovem rural do programa saberes da terra, pois desde 2008 foram matriculados cerca de 980 alunos em Alagoas e existe 1 milhão e 865 mil reais esta nas conta da secretária de educação de Alagoas mais as turmas não iniciarão ate a data de hoje.
2- Moradia digna no campo – exigimos a efetivação do programa habitação rural para a construção, reformas ou ampliações de 1000 de maneira disburocratizada para as famílias dos agricultores que estão organizados nos grupos de base da amigreal. E agilização da construção das casas dos atingidos pelas enchentes em Alagoas
3- ÁGUA DE QUALIDADE PARA AS COMUNIDADES – Queremos a construção de 600 cisternas propiciar condições de acesso às cisternas (de placa , etc.), para as famílias dos grupos de base da Amigreal; (consumo humano e atividades produtivas).- construção de cisternas 1.00 cisternas de produção;
4- - REGULARECAÇO FUNDIARIA DAS TERRAS DOS AGRICULTORES - Queremos que ITERAL e MDA garanta a permeância e regularização fundiária das terras dos agricultores familiares organizados nos grupos de base amigreal
5- - CRÉDITO SUBSIDIADO – Queremos um política de crédito um programa fortalecer produção e comercialização e fenecimento de crédito de custeio desbancarizado fora das leis dos bancos, que sejam junto a CONAB, MDA,MDS vincular o projeto ao PAA, que vem fortalecer a produção agroecológica de alimentos e sementes para alimenta bem e com qualidade a população do campo e da cidade. Onde os agricultores, possam paga o credito com sua própria produção para que todos os agricultores organizados possam produzir alimentos agroecológica e sementes crioulas.
6- ASSISTÊNCIA TÉCNICA – Queremos discutir uma assistência técnica voltada para realidade do agricultor com tecnologia apropriada com base na agroecologia e liga as organizações popular, Pois as Secretarias Estaduais e Municipais de agricultura não foram nem são planejadas para atender as demandas concretas da classe trabalhadora.
- programa de assistência técnica que atenda a todas as famílias dos e agricultores e por isso queremos a celebração de convênio com amigreal
Diante da nossa pauta de reivindicação estamos nas ruas para não ser enganado e exigimos das autoridades audiências para discutir a nossas reivindicações com, Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à fome (MDS), Ministério das Cidades,Mistério da Educação,Superintendência da Caixa Econômica Federal em Alagoas, Companhia Nacional de Abastecimento (Conab),Superintendência do Banco do Nordeste em Alagoas ,FUNASA e com governo do estado.

NOSSA MACHA É POR DIGNIDADE PELA QUALIDADE DE VIDA NO CAMPO!

AMIGREAL REALIZA JORNADA ESTADUAL DE LUTA,NA SEMANA DO AGRICULTOR.

Na semana do agricultor queremos solução, não queremos ser enganado não.

Nesta (segunda feira) dia 19 de julho, mais de 300 agricultores do sertão, agreste e zona da mata, organizados na Associação dos moradores das microrregiões de Alagoas (AMIGREAL), Participará da jornada de luta da Amigreal para cobrar das autoridades o direito de viver com dignidade no campo e na cidade.
Os trabalhadores reivindicam o acesso a políticas públicas - moradia, educação no campo, seguro agrícola, assistência técnica, crédito e pelo fim da burocratização do crédito Infra - estruturas das estradas das comunidades do sertão e do agreste onde residem as famílias organizadas nos grupo de base da AMIGREAL. Os trabalhadores exige audiências para discutir a pauta de reivindicação com , Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à fome (MDS), Ministério das Cidades,Mistério da Educação,Superintendência da Caixa Econômica Federal em Alagoas, Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB),Superintendência do Banco do Nordeste em Alagoas ,Funasa, AMA e com governo do estado.
A atividade da Jornada estadual de Luta da Amigreal na semana do agricultor é um ato de luta contra o avanço da mineração e do monocultivo da cana em Alagoas e a concentrarão fundiária das terras pelo hidronegócio e agronegocio principalmente na região do agreste. estamos nas ruas em defesa campesinato e pela qualidade vida no campo e na luta pelo limite da propriedade da terra e para denunciar o descaso das autoridades com classe trabalhadora de Alagoas.

Local. Saída do Posto Pichilau – Arapiraca rumo ao centro de Arapiraca
Horário. As 7h da manha
Realização: Associação dos moradores das microrregiões de Alagoas (AMIGREAL)

O silêncio da miséria, onde vagam os vassalos do feudalismo nordestino.

Você já viajou pelo interior de Alagoas?

Há alguns meses eu fui de carro até uma cidade a apenas uma hora e meia de Maceió.

Parecia um deserto vermelho de barro, pontilhado de miseráveis vilarejos de uma só rua.


O motorista dizia: “isso aqui é tudo de Renan, isso aqui de Lira, isso aqui de fulano, sicrano”.

Eu olhava e só via vazios com algumas almas penadas nas estradas. “E isso aqui é do MST.”

Andamos meia hora sem ver casas, nem plantações, além de algumas usinas desativadas.


Era o silêncio da miséria, a paz do nada, onde vagam os vassalos do feudalismo nordestino.

Aqueles municípios paralíticos já são catástrofes secas, só que silenciosas, paradas no tempo.

De repente, esta tragédia fixa, quase invisível, se transformou em uma tragédia bruta e retumbante.

Ai, o verdadeiro Brasil apareceu diante de nós:

abandonado, sem verbas, só usadas por interesses políticos do governo.

Só nos restou a solidariedade, mas como sentir a dor de um pobre homem catando comida na lama para dar ao filho chorando no colo?

Dizendo o que?

“Aí que horror?”

A solidariedade tinha de vir antes para proteger aqueles brasileiros raquíticos,

Famintos, analfabetos, que só são procurados pelos donos do nordeste.

Para votos ou para serem “laranjas” em roubalheiras das oligarquias.

Arnaldo Jabor (Exibido na edição de 30/06/2010 do Jornal da GLOBO)

Link p/ o Vídeo:

http://colunas.jg.globo.com/arnaldojabor/2010/06/30/o-silencio-da-miseria-onde-vagam-os-vassalos-do-feudalismo-nordestino/

Comentario do Prof. Cicero Albuquerque

Amigas e amigos,

Sinceramente, não gosto dos comentários do Arnaldo Jabor. Tucano, conservador, mas, como todo mundo, de vez em quando concordo com algumas coisas que ele diz.

Não acho que Alagoas seja o fim do mundo e que toda a nossa paisagem interiorana seja a que ele descreve abaixo, mas certamente precisamos repensar muitas coisas em Alagoas. Uma delas é quem nos representa. Não dá para assistir a Collor, Renan e Téo aparecendo como alternativas. Eles são alternativas a eles mesmos? Juntos eles representam o que há de mais horrendo e atrasado na sociedade e na política alagoana.

Estamos sem saída! Não tenho ilusões com Ronaldo também. O que ele pode dizer ou fazer de novo?

Não penso que as saídas são eleitorais. É preciso que, antes de qualquer coisa, pensemos que outra Alagoas é possível e fortaleçamos nossos esforços para formar novas consciências e mobilizar nosso povo.É preciso romper com o latifúndio, a monocultura, o personalismo, o messianismo, a violência e a impunidade que desgraçam nossa terra e devoram nosso povo!

Os caciques de 'esquerda' também são culpados.

Enquanto não fizermos isto teremos que continuar tolerando que um representante da 'elite pensante' do Sul e do Sudeste diga tantas verdades parciais sobre nós!

Por enquanto,

Cícero Albuquerque

Sem informação ou mal intencionado?

Por: Carlos Lima*

O jornal Gazeta de Alagoas que circulou no último sábado (26.06) trouxe um artigo, bem escrito, pelo delegado Flávio Saraiva intitulado “sem nada”. O texto faz uma relação entre as famílias vítimas das fortes chuvas que caíram no Estado e a mobilização dos camponeses sem terra que exigiam a saída do superintendente do INCRA, Estevão Oliveira. Em outras palavras o delegado escritor afirmou que os sem terra são insensíveis à tragédia vivida por centenas de pessoas, talvez tenham lhe faltado argumentos ou coragem para afirmar que os culpados pelo drama seriam os próprios sem terra.

O artigo fala de uma ocupação na sede da Eletrobrás Alagoas, que em tese atrapalharia o retorno do fornecimento de energia nas áreas atingidas, o que não é verdade, pois se trata de um prédio administrativo e os camponeses chegaram depois das 18h com a intenção de passar a noite e se proteger das chuvas embaixo das marquises. Às 6h do dia seguinte deixaram o local em caminhada utilizando um lado da pista para facilitar o fluxo do trânsito, o objetivo era sentar com Ouvidor Agrário Nacional, Gercino Filho, e formalizar o pedido de exoneração do superintendente do INCRA-AL.

No mesmo artigo o delegado escritor fala que à noite teve banho de mar e forró na praça. Mais uma vez faltou com a verdade, pois os camponeses que recebem o apoio da CPT retornaram aos municípios de origem no final da tarde. O mais grave foi acusar os camponeses de não serem solidários, de não colocar a mão na massa para restabelecer a dignidade das famílias.

É salutar esclarecer à sociedade, lembrando que a prática solidária é comum no meio campesino, faz parte da formação, e podemos recordar as seis toneladas de alimentos doadas na favela Sururu de Capote em junho de 2009 e as constantes doações coletivas de sangue durante a semana do agricultor, ou ainda, os alimentos doados às entidades que trabalham com jovens e crianças nos meses de junho e outubro quando acontecem as feiras camponesas. Quanto ao recente acontecimento que comoveu toda a sociedade, a CPT tem sido solidária com as famílias de Murici, Branquinha e União dos Palmares, levando alimentos e roupas arrecadadas nas comunidades e com amigos.

Sugiro ao delegado escritor que faça um novo artigo, desta vez, investigativo para identificar o porquê da tragédia? Porque os rios Mundaú e Paraíba elevaram tanto os níveis das suas águas? Porque as pessoas moram de forma tão indigna? Em qual a classe social, as pessoas são mais atingidas? No mesmo artigo poderia fazer uma relação entre a corrupção em Alagoas e a qualidade de vida do povo. Seria fundamental exercitar cálculos e projeções do tipo: quantas casas dariam para ser construídas com o dinheiro que se esvai pelos ralos da corrupção em Alagoas? Poderiam servir de exemplo os últimos escândalos: “taturanas”, “guabirus”, e as “armas italianas” compradas com dinheiro público e que não chegaram ao seu destino.

Como sei que o delegado encontra-se ocupado, atuando como voluntário e articulando ações concretas para amenizar as dores dos irmãos e irmãs da região atingida. Inclusive, não participou da maior festa popular do Nordeste, que é o forró, nem tem acompanhado o desempenho da seleção brasileira, o próximo artigo pode esperar um pouco.

(*) É historiador e coordenador da CPT
fonte;cpt Alagoas