Via Campesina organiza Caravanas Internacionais pela Vida, Resistência e Justiça Climática em direção ao México



A Via Campesina está organizando Caravanas Internacionais pela Vida, Resistência e Justiça Climática, até o México, a partir do dia 22 de novembro próximo. Mais de mil mulheres e homens, camponeses, indígenas, gente urbana e rural, afetada pela destruição social e ambiental, estão planejando marchar em cinco caravanas até Cancún, no México, protestando contra a indolência dos países dominantes e capitalistas do mundo, que se reunirão para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, de 29 de novembro a 10 de dezembro desse ano.

Três caravanas co-organizadas pela Assembleia Nacional de Afetados Ambientais e a Via Campesina Internacional , junto a diversos movimentos sociais dos Estados Unidos, Canadá e México, partirão de São Luís Potosí, Guadalajara e Acapulco, juntando-se a outros movimentos rurais, urbanos e estudantis na Cidade do México, no dia 30 de novembro para um protesto em massa pela justiça ambiental e social. Outras duas caravanas sairão de Oaxaca e Chiapas, todas convergindo em Cancún no dia 3 de dezembro, para a abertura do Acampamento Camponês e Indígena organizado pela Via Campesina.

As caravanas poderão dar visibilidade às lutas locais contra as injustiças sociais e ambientais, enquanto que a comunidade global se reúne para as negociações climáticas em Cancún. Denunciarão, também, a apatia generalizada com relação aos escândalos socioambientais atuais, como a manipulação empreendida pelo governo mexicano para implementar mega-projetos dentro da ideia de “Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL)”, os quais realmente devastam comunidades e o meio ambiente.

Isto é o caso, também, das grandes fazendas industriais de porcos, como a Smithfield, de produção de agrocombustíveis para aviões, das grandes represas e das novas extensões cultivadas com transgênicos. Contra a avareza corporativa causadoras das “mudanças climáticas”, produtores da Via Campesina de todo o mundo e outros ativistas, se juntarão nas caravanas rumo a Cancún. Segundo Henry Saragih, coordenador geral da Via Campesina, “líderes camponeses até da Ásia, também marcharão com os afetados e afetadas do México e da América do Norte. Em meu país, a Indonésia, há centenas e até milhares de lutas do povo, em nível local, contra projetos comerciais que destroem o sustento dos camponeses e camponesas e o meio ambiente.”

Josie Riffaud, uma líder camponesa da Via Campesina da França , também insistiu que “as soluções que se estão discutindo nas negociações climáticas são muito espantosas. Nos estão dizendo que alguns projetos ajudarão a resolver o atual caos climático, mas é uma ilusão. Estamos vendo um aumento das monoculturas, da engenharia genética a serviço do capital, plantações de agrocombustíveis, roubo de terras, tudo isto aumentará a devastação e exclusão.”

Em Cancún, a Via Campesina e seus aliados organizarão um “Fórum Alternativo Global pela Vida e pela Justiça Ambiental e Social”, de 5 a 8 de dezembro, e uma mobilização em massa de camponeses, indígenas e movimentos sociais no dia 7 de dezembro. Ao mesmo tempo, em Cancún e por todo o mundo, milhares de pessoas e organizações se mobilizarão em torno da ideia de “Milhares até Cancún”, para denunciar as falsas soluções para as mudanças climáticas e promover uma mudança verdadeira do atual sistema.
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Thays Puzzi

FNRA - Fórum Nacional pela Reforma Agrária e Justiça no Campo

Assessoria de Comunicação

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